Saúde animal: ar seco favorece doenças respiratórias em cães e gatos. Saiba como evitar!

Quem tem criança em casa já está habituado ao ciclo das viroses que acometem os pequenos, especialmente nesta época do ano, de ar seco e variação brusca de temperatura. Os sintomas são velhos conhecidos, como: tosse, coriza, febre, inapetência, noites mal dormidas. É assim com as crianças, e é assim com o animal de estimação também.

No caso do animal de estimação, os nomes são bem específicos: rinotraqueíte para gatos e traqueobronquite para cães. Embora haja casos inversos – traqueobronquite felina e rinotraqueíte canina – eles são mais raros de acontecer, de acordo com Marcela Muriel Marques, médica-veterinária clínica geral do Veros Hospital Veterinário.

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Essa época do ano também é crítica para os nossos animais de estimação. Fotos: Pexels
Essa época do ano também é crítica para os nossos animais de estimação. Fotos: Pexels
1. Como identificar

Os tutores devem ficar atentos aos sintomas, muito parecidos com a gripe humana. A rinotraqueíte atinge nariz e garganta e se manifesta por meio de congestão e secreção nasal abundantes, catarro e falta de apetite ocasionada pelo comprometimento do olfato.

“Em alguns casos mais graves, a doença pode evoluir para febre e, nos mais graves ainda, para uma infecção generalizada e pneumonia”, alerta Marcela.

Já a traqueobronquite canina, como o próprio nome diz, ataca traqueia e brônquios. Por isso, a doença se manifesta pela tosse seca, principalmente depois que o cão faz algum esforço nas brincadeiras.

A “tosse dos canis”, como é mais conhecida, pode vir acompanhada de secreção nasal, falta de apetite, prostração e, por estar associada também a uma bactéria (a bordetella), pode se agravar na forma de pneumonia.

2. Medidas a tomar

Assim que esses sintomas aparecerem, os pets devem ser levados ao médico-veterinário. Por se tratar de doenças autolimitantes – aquelas combatidas pelas defesas naturais do corpo – o tratamento constitui basicamente em fortalecer o organismo e amenizar as manifestações clínicas por meio de nebulização, inalação com soro fisiológico, limpeza e desobstrução nasal para diminuir o desconforto dos bichinhos.

Quando o quadro evoluiu para uma infecção causada pela bordetella ou outra bactéria, a medicação inclui a prescrição de antibióticos. Os sintomas podem durar de cinco dias a seis semanas, então, quanto mais cedo o pet for ao médico, menores são as chances de complicações.

3. Dá para prevenir

A rinotraqueíte e a traqueobronquite são altamente contagiosas, mas transmitidas de formas diferentes. A rinotraqueíte é passada de um gato para outro por meio das secreções. É comum, por exemplo, uma fêmea adulta, que tenha o vírus incubado, transmitir a doença para a ninhada por meio da lambedura.

“Se você detectar que um dos filhotes parece com gripe, o ideal é que ele seja isolado e não mame no mesmo horário dos outros, para evitar que tenham contato com aquela secreção”, orienta Marcela. Do mesmo modo, filhotes devem permanecer isolados de qualquer gato adulto, seja na rua ou dentro de casa, até que tomem todas as vacinas.

A traqueobronquite exige um pouco mais de atenção dos cuidadores de cães, pois transmite-se pelo ar, a partir das gotículas expelidas pela tosse do animal infectado. Assim, um cão saudável pode contrair a doença pela simples proximidade com outro contaminado, durante um passeio ou até mesmo na mesa de banho do pet shop. Nesse caso não basta evitar o contato, é preciso manter o distanciamento.

4. Vacina sim

Como nem sempre é possível separar uma ninhada ou inibir a vida social dos animais de estimação, a vacinação continua sendo a forma mais segura de combater a rinotraqueíte e traqueobronquite. Daí a importância de manter a carteirinha do seu pet em dia.

Para os gatos, o esquema vacinal deve começar com no mínimo 45 e no máximo 60 dias de idade, com aplicação de doses mensais até o animal completar 16 semanas.

No caso dos cães, a vacinação começa entre 12 e 16 semanas contadas a partir do nascimento, acompanhada de nova dose no mês seguinte. Concluída a imunização primária, os animais devem retornar todo ano ao médico-veterinário para tomar a dose única de reforço.

Donos de cachorros e de gatos tem vários pontos em comum. Foto: Snapwire/ Pexels

Marcela explica que as vacinas são essenciais para preservar a saúde dos pets, mas têm limites. “Não é porque eles tomaram vacina que não vão desenvolver essas doenças. Eles podem, sim, desenvolver, mesmo vacinados, mas com sintomas mais brandos”.

Em caso de dúvida, consulte sempre o médico-veterinário do seu pet. Ele é o melhor profissional para orientar sobre o esquema vacinal, prevenção, tratamento e os demais cuidados da saúde animal.

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